quarta-feira, 7 de julho de 2010
CONFRADINAS DE COTIM OFICIAL
Muitas confrarias, tem no seu seio, (ups!!) mulheres, outras não. Por exemplo a Confraria do Vinho do Porto tem, a do Bacalhau também, a do Toiro Bravo idem, a das Tripas à Moda do Porto idem-idem, mas, na Confraria Gastronómica de Almeirim, mulher (por enquanto) não veste a “farda”.
Como é que chamamos às ditas? De tão óbvio até irrita, confreiras, naturalmente. Então e a fardeta, como será? Se os janotas (atentem nas fotografias de grupo pra ver o quão “elegantes” são os nossos confrades) vestem de “cotim oficial” – calça, colete e jaqueta de cinza mesclado - sapato de salto de “prateleira” (pra segurarem as esporas???), alva camisa, barrete ribatejano ao ombro (ou enfiado até às sobrancelhas, quando a situação é solene) e “gargantilha” com as cores de Portugal de onde pende uma pequena colher de pau, numa alusão mais que óbvia, à Sopa da Pedra. Da lapela da jaqueta pins e demais emblemas competem entre sí pela melhor posição na farda. Então e elas? Para elas, têm o Confrade Mor de contratar a Fátima Lopes ou o Buchinho, para inventar os “trapinhos” (como se faz com os jeitosos da Selecção de futebol), pois como sabeis elas são mais “finas” e, francamente, à falta de melhor chapéu, acho difícil “enfiar-lhes o barrete". Penteados caros tapados com condoms de lã verde, não tou a ver. E depois, trocarem os colares de pérolas (falsas) ou qualquer outra bijutaria colorida, pelo característico pingente de madeira que remata a gargantilha, mais uma vez, não estou a ver.
Mas, à parte a questão da fardeta, as mulheres da nossa terra sempre estiveram ligadas aos tachos. Talvez o velho Bocage, que tinha dedo prós temperos, lhes fizesse frente, tudo o resto eram anónimas senhoras (saudades de D. Mariana) que herdavam das mulheres da família, um saber fazer que passava entre gerações.
Por isso faz todo o sentido “aceitar” as damas, para além de dar perfume a essa cambada de “pecadores da gula”, vai elevar os padrõezinhos.
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