quinta-feira, 1 de julho de 2010

O SARDÃO


Um tipo de indolência que advém da canícula que acompanha o Verão distingue-nos da espécie reptiliana vulgarmente conhecida como "sardão". Dantes era vê-lo "pintados" de uma infinidade de verdes, entre o alface e o verde turquesa, ao sol... Pareciam de plástico, mas não, eram reais e fugiam quanto podiam a caminho do buraco ou da toca de onde sairam a uma velocidade apreciável. Hoje, são raros, pelo menos não se observam com facilidade. Eram lindos, na sua beleza reptilóide e nos seus aparentados 30cm. Solnado, na "Balada da Praia dos Cães" contracena com um. Se quiserem ver ambos, vejam ou revejam o filme baseado no romance do José Cardoso Pires. Dizem, em conversa de barbearia, que os pesticidas usados nos campos agrícolas deram cabo deles, que as mulheres "do campo" que andassem menstruadas tinham de se acautelar nas "partes", que mostravam o seu domínio afrontando o "inimigo" soprando plas fuças e que eram caçados com tubos colocados à entrada das suas tocas e que se defendiam apertando as pequenas mandíbulas. De uma forma ou de outra, os sardões são difíceis de ver (a não ser os de Fazendas de Almeirim, que usam a simpática alcunha com orgulho) e assim não vamos poder mostrá-los aos nossos filhos. Qual iguana, qual quê!

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